Fique mais, para
provocar meu degelo
até espantar o meu
medo
que leva um terço
do tempo
de uma lua e um
copo esvaziar-se
Chegue mais perto,
no meu espaço estreito
Por entre as
entranhas do peito
Deito e me deleito,
fico sem jeito
Por seu meio de me
dissipar
Ande mais, até
errar o caminho
E adentrar meu
ninho
Quebrar minha
casca, minha calma
Minha alma
Da essência sabendo
ser o contrário
Do meu destino
imitando teu acaso
E falar pertinho
O silêncio que
nunca soube falar
E só sua voz
poderia dizer
No pé do meu ouvido
Fico, chego, ando
E de quebra
Amo.
Até germinar outro
eu
Que nasceu sabendo
voar
Com as asas que
você me deu
Novo, mas cheio de
mim
Um mim cheio de ti
Que levo comigo,
como um livro lido
sem final
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