domingo, 20 de maio de 2012

A vestimenta da liberdade


Ao me vestir de liberdade
Escolhi o conjunto vazio
como os outros manequins.
Dentre as opções dadas
vesti-me de liberdade.
Cor, número e estilo
Os calçados que me fazem pisar em vão
combinando com o solo.
Vesti-me e me embriaguei
da liberdade que dispensa o sim
Que dispensa o ar
Que sobrevive dentro do conjunto vazio
entre outros vazios, que se completam
que se interagem.
E quem olha de fora?
Aqueles que nem margens são?
Para eles somos cheios
de verdades e conhecimentos
O carrinho de supermercado que
carrega objetos com a validade vencida
Ao me vestir de liberdade
esqueci de me despir
esqueci de me esvaziar
esqueci de me esquecer
de ir, do ar, da er.
Desterritorializei-me.
E numa rede indígena me embrulhei,
Sem luz, sem povo e sem som.
Eis a liberdade!
O não lugar da rede
a confortável posição de negar um chão.
Gritei entre as mãos da liberdade
que me abafavam:
Estou livre! Estou livre!

terça-feira, 1 de maio de 2012

Era uma vez um menino que aprendeu a tocar pífano. O aprendiz só sabia uma música, mas já era o bastante. Com o pífano na mão, descalçou o chinelo e saiu correndo em direção a casa de sua amiga. Sentou ao pé da cama e começou a tocar, a menina sorriu. Ela tinha ausaimer. Para a menina não existia rotina, cada minuto era singular. Via as coisas com singularidades.
E assim o menino passou o resto de sua vida tocando a sua única música no pífano, e a menina passou o resto de sua vida escutando uma música nova a cada minuto.


Era uma vez um menino que aprendeu a tocar pífano. O aprendiz só sabia uma música, mas já era o bastante. Com o pífano na mão, descalçou o chinelo e saiu correndo em direção a casa de sua amiga. Sentou ao pé da cama e começou a tocar, a menina sorriu. Ela tinha ausaimer. Para a menina não existia rotina, cada minuto era singular. Via as coisas com singularidades.
E assim o menino passou o resto de sua vida tocando a sua única música no pífano, e a menina passou o resto de sua vida escutando uma música nova a cada minuto.