quarta-feira, 24 de julho de 2013

Diário de uma viagem inexistente.

Cores descompassadas que se cruzam
um nem rosa        um nem preto
um nem forma
então não chega a ser                      um
é algo sendo
esse é o sopro.
Vílaró sopra
lá fora também
tempestade de sopro
de cores e poesia
o sol não se mostra na janela
nem no mar
nem no céu
noite virá sem seu pôr
o poema será declamado sem sua presença
hoje é sua folga
mas encontro-o
na bandeira
nas cadeiras
nas mandalas
nas telas, nas cerâmicas
de todos os signos
A casa Pueblo veste sol
ele está dentro de sua casa
preferiu o aconchego do que
a tempestade que sopra lá fora
que deixa o mar e as árvores loucas
aqui dentro, junto ao sol, sinto o quente vapor do café
isso me faz achar o mundo engraçado.

Em Casa Pueblo.



O barulho dos pássaros me encantam
não seus cantos, mas seus barulhos.
Parecem todos bêbados de vinho
a gritarem ao redor da mesa
depois a cagarem sobre nossas cabeças

Em Parque Rodó



Não quero construir uma biblioteca
de livros lidos dentro de minha cabeça,
pois não quero separar a literatura
de meus gestos e traços
                                   presentes.
O que leio está sempre além-de-mim
que também sou.

Em Playa Pocitos.



Uma boa recordação é o beijo
mas de onde vem o beijo?
Tenho um dentro de mim,
que nunca soube que tinha.
Em minha mala trouxe roupas e livros
mas não beijos.
Trocamos então,
este objeto nada
sem peso e forma
que não ocupa lugares
e assim criamos um ponto turístico visitado.

Em Café don filomeno.

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