sábado, 12 de abril de 2014

Achados no chão do caderno

O quadro do céu.

Sonhei que fazia uma cor no céu
na parede do meio dia
três pigmentos mesclados
Preto
a noite se fez assim.
A tinta ficou em mim
fiquei anoitecido rubro
E você, andorinha,
não pousou mais no meu jardim
voou para longe, além dos muros
outros oceanos
num céu azul ciano.
Hoje, as corujas me alimentam
e os vaga-lumes contam histórias
para eu dormir.

____

Eu não sei aonde vai
todo esse amor que se esvai
ex-amor?
Nunca mais?

____

Hoje o dia permaneceu nublado
também fiquei em cima do muro
entre a palavra e o silêncio
Não fui a outro lado
Além de mim
aqui.

____

Quem me dera
escrever coisa nenhuma
ver coisa nenhuma
ser nada mesmo.
Mas ser coisa alguma
dita meu destino,
então poetizo-me
que é ação de desperdiço
me encho de vazios
e nada fico
porque me quero
vivo.


Não importa aonde leva,
mas que seja um lugar
que continue a levar.

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