Se o beijo é nulo
a língua é muda.
A saliva seca
transpira medo
ausências
produção em série
de lacunas
Trago um quilo de
saudade aqui dentro,
passa o tempo, leva o vento
e o tumor aumenta.
Se a língua é
morta
o beijo é frio
de um toque de nada
que ultrapassa o
vazio.
Choro os amanhãs,
na desistência do presente
na falência
de qualquer utopia
crença.
como uma flor
que passa a
primavera a chorar
com medo do
inevitável frio do inverno.
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